segunda-feira, 16 de maio de 2011

Manifestantes impediram que carga de urânio passasse para a usina da INB em Caetité


Centenas de manifestantes reuniram na Av. Olimar Rodrigues no início da noite desse domingo (15-05) para impedir a passagem de um carregamento de urânio vindo de São Paulo para Caetité.

A manifestação surgiu guando chegou à comunidade a informação de que as Indústrias Nucleares do Brasil (INB) estariam trazendo para Caetité um carregamento de cerca de 100 toneladas de lixo nuclear de São Paulo para a área onde a estatal já desenvolve atividades de extração de urânio.

No início da noite desse domingo (15-05) quando o carregamento chegou, os manifestantes já estavam reunidos em frente do Cemitério Municipal impedindo a passagem de nove carretas com contêineres carregados de material radioativo. O comboio foi escoltado pela Polícia Rodoviária Federal (PRF). A operação estava sendo coordenada pelo técnico da INB, Edenil Melo de Britto.

A PRF percebendo que não tinha condições de passar comunicou ao coordenador da operação, Edenil Melo, que conseguiu autorização para levar o comboio para o 17º Batalhão da Polícia Militar na cidade vizinha de Guanambi até uma nova ordem de destino do material.

Muitas pessoas usaram o carro de som para fazer esclarecimentos sobre o assunto, inclusive o prefeito municipal de Caetité Zé Barreira que disse que não foi comunicado pela empresa e que não aceita no município material radioativo vindo de outro local sem conhecimento da finalidade do produto e da segurança necessária para a comunidade.

O coordenador Edenil disse que toda operação foi autoriza pelos órgãos competentes do país e que a comunicação não pode ser prévia já que a lei determina que o plano tenha que ser confidencial. O processo só deve ser do conhecimento do coordenador da operação, Polícia Rodoviária Federal, IBAMA e Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN).

Segundo Edenil o material vindo para Caetité foi produzido em Poços de Caldas - MG e parte comprada no exterior e que está em embalagens diferentes de 50, 60 e 70 litros e que para ser exportado deverá ser em embalagens padronizadas de 200 litros. No Brasil somente em Caetité há instalação adequada para esta operação.

Os manifestantes só deixaram o local depois da meia noite quando o coordenador da operação, Edenil Melo, foi ao local informar sobre o material e prometer que o carregamento só sairá de Guanambi depois de um diálogo com a comunidade e decisão do presidente da INB, Alfredo Tranjan Filho.



Silvano Silva – DRT-BA: 4393

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